quinta-feira, abril 29, 2010

Lourenço Pires de Távora, militar, diplomata e conselheiro de Estado, na Índia e em Marrocos na SGL dia 14 de Maio de 2010

Lourenço Pires de Távora (1510-1573) foi alta figura da política portuguesa do século XVI, de permanente acção, pelas armas e pelo pensamento, em cenários de importante intervenção da Coroa de Portugal nos reinados de D. João III e D. Sebastião. Do Magrebe ao Oriente, de Espanha à Inglaterra, de Bruxelas a Augsburgo e a Roma, provou a sua argúcia e a confiança que nele o poder régio depositava no desenvolvimento de estratégias internacionais que nortearam e foram condicionadas pela política de Expansão do Império português.

À perspicácia de observador da cena pública e comentador, de igual competência, dos bastidores dos jogos privados de poder quinhentistas, aliou Pires de Távora uma viva sensibilidade sociopolítica e uma frontalidade intelectual que o engrandeceram na sua época e no discurso historiográfico dos vindouros. São em particular estes traços da personalidade biografada que motivam destaque em virtude da influência directa que exerceram no decurso dos acontecimentos e na compreensão do processo histórico (pelos seus e os nossos contemporâneos).

Nota biobibliográfica

Professora Doutorada do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Investigadora-membro do Instituto Histórico Infante D. Henrique e do Centro de História da mesma Faculdade, é membro, desde a sua fundação, da Associação Portuguesa do Orientalismo e da National Geographic Society em Portugal, e desde 2008 membro efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa. Tornou-se em 2009 Directora dos Estudos Asiáticos da Faculdade de Letras de Lisboa.

Orienta nesta Faculdade teses de mestrado e de doutoramento, bem como projectos de pós-doutoramento em História Moderna, História e Cultura do Brasil, História dos Descobrimentos e da Expansão e História da Ásia. Coordena dois Projectos de investigação apoiados pelo Centro de História da UL, um sobre a "Administração financeira e a orgânica da Fazenda Real em Portugal e áreas ultramarinas na Época Moderna", o outro sobre "A Imagética Portuguesa, do Renascimento à Contemporaneidade" que desde 2005 originou colóquios internacionais, seminários, publicações e debates que se desenvolvem na Universidade de Lisboa.

Das suas publicações destacam-se estudos sobre Gil Vicente e a sociedade portuguesa, mentalidades e formas de mediação social na Lisboa quinhentista, Tavira e as praças do Norte de África no século XVI, as controvérsias ao tempo de D. João III sobre a política portuguesa no Magrebe, a Fazenda Real e os seus Vedores (PhD), projectos de consciencialização e de reforma económica no Portugal Moderno, as relações Portugal-Marrocos (MA), os "Fumos da Índia" e as leituras críticas da Expansão portuguesa do século XVI ao XIX, a Imagética do Renascimento numa reflexão sobre identidade nacional, o pensamento político e as relações institucionais e financeiras através de estudos sobre o crime de lesa-majestade e as relações entre poder real e Inquisição, nos séculos XVI-XVII.

Sem comentários: